O grande conflito da humanidade ao longo dos milênios foi o de tentar estabelecer padrões éticos e culturais que pudessem impulsionar e desenvolver a convivência social.
As bases deste pensamento são tão profundas que remontam a 413-323, Antes de Cristo, quando o filósofo grego Diógenes, o cínico, saía pelas ruas de Atenas, com sua lanterna, à procura de um "homem honesto".
Famoso pela excentricidade, ele viveu até sua morte, em um barril de vinho, para mostrar que para ser feliz o homem não precisa de muito. A lição de Diógenes, apesar de radical, é tão atual em sua dramaticidade por uma sociedade mais justa que, ao enxergar a possibilidade de felicidade em formas mais humildes de sobrevivência, abre a porta para uma reflexão fundamental: o que realmente vale à pena em nossas vidas? o legado que deixamos baseado na experiência do bem viver ou a herança material e colossal de nossas posses?
O dilema ético da sociedade atual esbarra nas mesmas questões levantadas por Diógenes e, ainda, sem resposta ao modelo que procuramos. O certo é que só haverá desenvolvimento social sustentável, quando nosso código de conduta individual, ético e moral, avançar na mesma proporção de nosso desenvolvimento tecnológico.
O primeiro passo neste caminho começa com a simples reflexão do cidadão sobre seus atos e os impactos que a sua decisão causa ao coletivo. Esperar que a consciência ética seja implantada somente pelo Estado, por meio da educação, é muito pouco... Diógenes há mais de dois mil anos já sabia disto...